CFs

Todas as conferências serão transmitidas ao vivo pelo Youtube.
Confira o menu Tutorial para informações sobre o Acesso da(o)s Inscrita(o)s às Atividades nos dias do evento

23/08, segunda-feira, 12h às 13h
CF01 - Conferência 01 

Youtube

Norbert Rouland – Jurista francês, doutor em Direito Romano, em Ciência Política e em Antropologia Jurídica. Foi membro do Institute Universitaire de France, onde criou a cadeira de Antropologia Jurídica. É professor emérito de Direito na Universidade de Aix-Marseille e, como antropólogo, realizou diversas pesquisas de campo no exterior, sendo as mais recentes à China. É autor de muitos artigos e livros, alguns dos quais traduzidos para o português e publicados no Brasil.

A minoria Na do sul da China: reflexões sobre pluralismo jurídico

Os Na são uma minoria nacional do Sul da China e contam aproximadamente 30 mil indivíduos. Seus costumes matrimoniais são um caso de pluralismo jurídico. Trata-se de uma sociedade matrilinear, o que não se deve confundir com um sistema matriarcal, que nunca existiu. A etnia chinesa dominante, os Han, são, por sua vez, patriarcais, e nunca compreenderam o sistema Na, notadamente as visitas furtivas, assimiladas por eles à prostituição. Um trágico mal-entendido cultural sobre a noção de família. Por outro lado, o governo central chinês, em particular durante a Revolução Cultural, tentou, por várias vezes, destruir os costumes Na sem, no entanto, obter êxito.

24/08, terça-feira, 12h às 13h
CF02 - Conferência 02 

Youtube

Ela Wiecko – Doutora em direito e professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), onde lidera o Grupo Candango de Criminologia, o Moitará-Grupo de Pesquisa em Direitos Étnicos e o Grupo de Pesquisa Direito, Gênero e Famílias. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (NEPeM) do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (CEAM). É membro do Ministério Público Federal (MPF), onde exerceu, entre outras, as funções de Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Corregedora-Geral, Ouvidora-Geral, Vice-Procuradora Geral da República e Vice-Presidente do Conselho Superior do MPF. Coordena o Comitê Gestor Pró-Equidade de Gênero e Raça e a Comissão Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do MPF. Integra a 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (controle externo da atividade policial e sistema prisional).

Direito e Antropologia, potencialidades do diálogo interdisciplinar.

A conferência abordará a importância do diálogo interdisciplinar entre o conhecimento jurídico e o conhecimento antropológico para a compreensão dos conflitos sociais e inclusive individuais e de como o conhecimento antropológico pode contribuir para encontrar a solução jurídica que melhor concretize a ideia de justiça, em qualquer área de aplicação do Direito. Serão comentadas experiências no Projeto de Extensão Escritório Jurídico para a Diversidade Étnica e Cultural (JUSDIV), no ensino e em pesquisas sobre migração, refúgio e tráfico de pessoas, bem como no Comitê Gestor de Gênero e Raça do MPF.

25/08, quarta-feira, 12h às 13h
CF03 - Conferência 03 

Youtube

Carla Villalta – Doutora em Antropologia Social pela Universidad de Buenos Aires, licenciada em Ciências Antropológicas pela Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires. É pesquisadora independente no Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET) e co-coordenadora do Programa de Antropología Política y Jurídica de la Sección de Antropología Social, Instituto de Ciencias Antropológicas de la Facultad de Filosofía y Letras de la UBA, onde dirige a equipe de pesquisa “Burocracias, derechos, parentesco e infancia”.

Entre dispositivos jurídico-burocráticos y lenguaje de derechos. Antropología de las intervenciones estatales sobre la infancia, la adolescencia y las familias.

El objetivo de esta exposición es problematizar algunas de las características centrales y más persistentes de las acciones que se desarrollan en el campo institucional de administración de la infancia, la adolescencia y sus familias. En él cotidianamente se desarrollan diferentes medidas destinadas a regular relaciones familiares, proteger los “derechos vulnerados” de los niños y niñas, decidir dónde y con quiénes vivirán, resolver disputas sobre su filiación, dictaminar si están siendo o no bien cuidados por sus responsables, decidir si se los institucionaliza o se los encamina hacia la adopción, o bien, entre otras cosas, sancionar e imponer tratamientos y castigos a aquellos adolescentes que fueron acusados de cometer un delito. Se trata de un dominio de prácticas que al tener como blanco de acción privilegiado a los niños y niñas se nutre –en innumerables ocasiones- de sentidos y metáforas extraídos del ámbito de lo doméstico y de lo íntimo. Por eso, entre otras cosas, en este ámbito el lenguaje del parentesco tiene centralidad y el discurso sobre la familia ha provisto modelos ideales (Bourdieu, 2005). Sin embargo, en las últimas décadas también ha ido ocupando un lugar cada vez más protagónico el lenguaje de derechos. Una retórica que ha sido usada por distintos tipos de activistas y así se ha transformado progresivamente en un lenguaje legítimo (y legitimado) para cuestionar prácticas acostumbradas en relación con la infancia pobre y para demandar al Estado el acceso a determinados bienes sociales.

En suma, a partir de describir los principales rasgos de este campo institucional, en esta exposición el objetivo es dar cuenta de las estrategias metodológicas y analíticas que en los últimos años, antropólogos y antropólogas hemos desarrollado para su estudio. Estrategias que, a partir de interrogar lo evidente y documentar prácticas cotidianas, han contribuido a tensar los límites conceptuales desde los cuales los dispositivos jurídico-burocráticos y determinadas figuras legales se diseñan e implementan

 26/08, quinta-feira, 12h às 13h
CF04 - Conferência 04 

Youtube

Leticia Barrera - Doutora e mestre em direito e advogada. É pesquisadora independente do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), Escuela Interdisciplinaria de Altos Estudios Sociales (Idaes) da Universidad Nacional de San Martin (UNSAM), Argentina, concentrando sua produção em Direito e a construção do saber jurídico, com ênfase em estudos sociojurídicos e antropológico-jurídicos, especialmente no campo da justiça e participação cidadã.  É professora da Faculdade de Direito da Universidad de Buenos Aires (UBA).

Reflexiones acerca del rol de las emociones en las prácticas de construcción del saber jurídico

Existe el presupuesto generalizado en las culturas jurídicas de Occidente de que el funcionamiento de la justica se materializa en prácticas similares a las de una burocracia profesional que construye conocimiento a partir de una racionalidad formal, objetiva, proyectando además de ese modo una pretensión de universalidad. En esta línea, también es un presupuesto común que para que el saber experto que la institución judicial da forma y pone en conocimiento de todos cumpla una función objetiva en la sociedad—esencial para la producción de una amplia confianza y un sentido de cumplimiento de la ley—las emociones deben ser dejadas de lado. De este modo, se pone énfasis en la aparente relación binaria entre las emociones, por un lado, y la razón, por el otro, distinción que continúa permeando las representaciones acerca de los procesos de toma de decisión, y del funcionamiento de la justicia. Esta presentación persigue un doble objetivo: por un lado, propone la lectura etnográfica de una sentencia judicial de primera instancia en un caso que involucra cuestiones de derecho de familia, a la luz de los avances de la teoría del Derecho y las Emociones (Law and Emotions) que en el campo de los estudios socio-jurídicos (Law and Society Studies) ha venido ganando terreno en los últimos años al recuperar para el análisis la emocionalidad de los jueces y juezas en la consideración de los casos sobre los que deben decidir. Y por el otro lado, con el marco interpretativo que brinda esta teoría junto a otras conceptualizaciones acerca de las emociones y los sentimientos en la teoría socio-antropológica busca indagar el modo en que esos actores clave del campo jurídico, a partir de su propio registro de sus emociones, se representan sus prácticas de construcción del saber. En otras palabras, se propone explorar la potencialidad de la reflexividad de los propios actores acerca del proceso de toma de decisión judicial como una práctica situada, al decir de Haraway, en sus cuerpos y emociones, con un sentido de autoridad, robusto y a la vez persuasivo. 

27/08, sexta-feira, 12h às 13h
CF05 - Conferência 05 

Youtube

Maria Sylvia Aparecida de Oliveira – Graduada em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direito e Outras Legitimidades (Diversitas-USP). É ativista de Direitos Humanos com foco em gênero, raça-etnia e no enfrentamento à violência contra a mulher e à violência doméstica e familiar. É sócia efetiva do GELEDÉS – Instituto da Mulher Negra, onde coordena as Políticas de Promoção de Gênero e Raça. É conselheira estadual da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo, triênio 2019/2021.

Racismo, gênero e a alterciência

A conferência abordará sujeitos de conhecimento sob a perspectiva de uma alterciência que coloca mulheres negras, ainda que à margem da sociedade, como produtoras de conhecimento, pois formulam reflexões sobre o racismo estrutural como fator que determina desigualdades na sociedade brasileira, influenciando diretamente as dinâmicas de subordinação e opressão experienciadas por elas. Tal como nos ensina Patrícia Hill Collins, citando Alice Walker, esse perfil de mulher é “seu próprio modelo e também a artista que acompanha, cria, realiza e aprende com o modelo, ou seja, ela própria”, numa “posição epistemológica incontornável” (COLLINS, Patricia Hill. Pensamento Feminista Negro: Conhecimento, consciência e a política de empoderamento. São Paulo, Boitempo, 2019, p.59).


27/08, sexta-feira, 17h às 18h
CF06 - Conferência 06 

Youtube

Luís Roberto Cardoso de Oliveira – Foi orientando de Sally Falk Moore no Master of Arts (in Anthropology) e no doutorado em Antropologia da Harvard University, EUA. É Professor Titular Livre no Departamento de Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade de Brasília, além de Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Justiça e Segurança da Universidade Federal Fluminense. É subcoordenador do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-Ineac), sediado na UFF. Realizou pesquisas no Brasil, EUA, Canadá/Quebec e França, com ênfase nos seguintes temas: direitos, cidadania, democracia, políticas de reconhecimento e conflitos.

Homenagem à Sally Falk Moore (1924-2021), antropóloga do direito e professora emérita da Harvard University.


Nenhum comentário:

Postar um comentário